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Torre de comunicação

Escalas que não começam em 0

Atualizado: 2 de jul. de 2021

Algo muito recorrente na apresentação de dados é a manipulação de escalas, em particular as verticais. Quando alguém quer mostrar a evolução de algo de forma exagerada, pode recorrer a este truque: em vez de ter o eixo a ir de 0 até a um valor superior ao valor do dado mais elevado, tem o eixo a começar num valor qualquer acima de 0. Assim, a evolução da quantidade apresentada parece muito mais dramática: algo que aumentou ou diminuiu um pouco parece, assim, que teve uma variação abrupta.

 

Exemplo:

No gráfico abaixo temos um conjunto de dados, que varia com os meses (a título de exemplo): 65 no 1º mês, 60 no 2º e 58 no 3º. No gráfico seguinte temos exatamente os mesmos dados, mas a variação parece muito mais abrupta: porquê? Porque a escala vertical cobre menos valores, e consequentemente, uma “linha” de diferença no 1º gráfico são 10 unidades, e no 2º são 2. Esta “técnica” pode ser muito útil, e legítima, para apresentar dados cujos valores são muito superiores a 0. Mas também pode ser usada (e infelizmente é) para dar a ilusão às pessoas que algo muito impactante foi feito; de facto, se pensarmos que estes gráficos representam a evolução, por exemplo, de uma taxa de desemprego, é muito mais tentador para um político que tenha feito reformas a nível do emprego apresentar o 2º gráfico do que o 1º; não significa que o deva fazer.


Quando se fazem gráficos a começar num número diferente de 0, deve-se incluir uma “quebra” no início do eixo, para alertar quem vê o gráfico. No entanto, muitas vezes isso não acontece, principalmente quando o intuito de quem o fez é iludir; assim, o melhor mesmo é verificar as escalas antes de se analisar um gráfico.


 



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